3 de out. de 2015

Reforminha e os esfomeados servis...

• Se existe necessidade de contenções, por que o governo continuar o proselitismo pelas tvs e rádios. Ela diz que cortou 8 ministérios e reduziu 10% do salário dos ministros. Mais uma vez a dupla dinâmica mente ao afirmar que prometera cortar 3 mil dos 23 mil cargos comissionados, na maioria ocupados por militantes do PT. Não citou prazos, nem critérios. Cortar é botar pra fora e não aglutinar. Pena que não saiba fazer contas. Enquanto a Nasa se prepara para desviar cometa da Terra, por que não dá a mão aqui no Brasil? Imagem da própria desonra. (AA) 
• A reforma ministerial da crise, anunciada ontem (2) por Dilma, mais atrapalhou que ajudou: aliados consideraram a partilha dos ministérios injusta e pode custar a Dilma mais adesões ao impeachment. Partidos como o PSD, que ocupa a pasta de Cidades, PP (Integração), PTB (Desenvolvimento) e PR (Transportes) não se conformam: o PCdoB, com 11 deputados, ganhou mais que merecia, o Ministério da Defesa.
• Atordoado com o agravamento de sua situação, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já admite que é questão de tempo perder o cargo de presidente da Câmara dos Deputados, mas tem uma missão antes de sua derrocada: derrubar a presidente Dilma Rousseff; Não caio antes dela, disse o peemedebista a amigos; Cunha vai tentar na próxima semana criar uma comissão para analisar o pedido de impeachment proposto pelo jurista Hélio Bicudo. 
• Lula, o presidente adoc, quer trocar Levy por Meirelles. 
• Revista Época aponta documento do lobby de Lula para Odebrecht em obra na Guiné. Relato é de embaixadora do Brasil em Malabo. 
• Santuário de Nossa Senhora da Penha comemora 380 anos de construção. O ponto alto da programação é a lavagem da tradicional escadaria do santuário, com 382 degraus. 
• STF suspende atuação de Sérgio Moro em investigação sobre a Eletronuclear e CGU pede acesso irrestrito a dados da Operação Lava-Jato. É a segunda vez que o órgão solicita ao juiz Sérgio Moro a permissão; Entre os documentos requisitados está os dados da Pixuleco, que investigou o pagamento de propina a políticos. 
• Após transferência de todos os PMs presos, BEP é fechado. Neste sábado, os últimos 98 detidos foram levados para penitenciária de Niterói. Juíza foi agredida dentro do batalhão esta semana. Grupo acusado de agredir juíza no BEP ainda recebe salários. Ministério Público vai pedir que quatro presos sejam levados para penitenciária federal. 
• Em meio à crise econômica e aos episódios de corrupção que atingem o País, a tão promissora carreira de engenharia pode começar a perder o encanto; em 2014, o saldo negativo foi alto no número de vagas, com perda de 3,1 mil postos de trabalho na engenharia; em São Paulo, maior mercado da área, foram feitas, de janeiro a maio, 1,1 mil homologações de engenheiros - 58% mais do que no mesmo período do ano passado; mas o problema é que já não há onde inserir os novos profissionais no mercado. 
• Cristovam define apoio do PDT como negociata. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fez duras críticas ao seu partido por continuar a compor o governo; O PDT vai mergulhar em um abismo, de um governo que se exauriu, em troca de um ministério, lamentou; o partido ocupava o Ministério do Trabalho, mas foi convidado para comandar o Ministério das Comunicações, com o deputado André Figueiredo, do PDT do Ceará; movimento se dá semanas depois de a bancada da Câmara anunciar formalmente o rompimento e a saída da base do governo. 
• Investigada, OAS pagou reformas em triplex de Lula, diz revista. Família do ex-presidente tem opção de compra do imóvel localizado em praia do Guarujá. 
• Será que empaca? Investigado pelo Supremo Tribunal Federal, o esquema de propina no contrato de construção da usina Angra 3 inclui os senadores do PMDB Edison Lobão (MA), Renan Calheiros (AL - presidente do Senado) e Romero Jucá (RR); o Inquérito é sigiloso e tramita no gabinete do ministro do Supremo Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato na corte; além dos políticos, as investigações se estendem ainda aos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz (presidente da corte) e Raimundo Carreiro; e o advogado Tiago Cedraz (filho de Aroldo).
• Ele matou 9 nos EUA. Atirador Christopher Harper-Mercer, 26, fora recusado por escola de tiro por ser ansioso. 
• Rússia destrói posto de comando do Estado Islâmico na Síria. 
• Deslizamento de terra deixa 600 desaparecidos na Guatemala. 
• Sem reformas, Reino Unido pode deixar a União Europeia. Maior parte dos britânicos quer continuar na UE, mas a margem entre esses e os que querem sair tem diminuído nos últimos meses.
• Israel critica acordo nuclear firmado pelos Estados Unidos e outras potências mundiais com o Irã.
• EUA matam 19 em ataque a hospital do Médicos sem Fronteiras. Um ataque aéreo atingiu um hospital administrado pelo grupo da organização humanitária Médicos sem Fronteiras na cidade afegã de Kunduz neste sábado, matando ao menos 19 pessoas, no que os militares norte-americanos chamaram de possível dano colateral na batalha contra insurgentes do Taliban.
A responsabilidade de Dilma e de Cunha. 
. Faltam à Câmara votos suficientes para promover o impeachment da presidente Dilma. Não se encontrarão 342 deputados dispostos a afastar Madame, a menos que surjam fatos novos ou inusitados capazes de envolvê-la pessoalmente. Seu mandato está garantido. Sua rejeição pela imensa maioria da população pode não ser um detalhe, já que é uma sentença passada por tribunal irrevogável, mas como não se dispõe a renunciar, ficam as coisas como estão. Sem duvida, para vergonha de todos.
. Da mesma forma, nada indica que o deputado Eduardo Cunha esteja pensando em saltar de banda. Seu mandato de deputado se completará em 2018, antes que o Supremo Tribunal Federal venha a julgá-lo. Continuará presidente da Câmara até que se esgote, ano que vem, seu período na direção dos trabalhos. Suas contas bancárias na Suiça dificilmente serão alteradas, mas se forem, nem por isso lhe farão falta.
. O máximo a acontecer com os dois será a impossibilidade de aparecerem de público sem evitar a explicita repulsa popular. Viverão anos de tormenta, mas, como o jacaré, valendo-se de couro grosso para nadar de costas em rio de piranha. Há quem preveja sorte igual para o presidente do Senado, Renan Calheiros, completando-se a dicotomia entre os poderes da União. Sobrará o Judiciário, do outro lado da Praça dos Três Poderes, ainda que entregue às suas regras e a seu ritmo singular.
. A conclusão, salvo melhor juízo ou surpresas do inesperado, é pela existência dos dois Brasís de sempre: deles e o nosso. O Real e o Formal. Este, encenando a farsa de uma República de Fantasia; aquele, sem esperança de sobreviver à tragédia senão pelo uso das próprias forças, hoje dispersas e até conflitantes. Integram dois planos que não se tocam, duas paralelas que nem no infinito se encontrarão.
. Engana-se quem supuser que as eleições, tanto as municipais quanto as nacionais, servirão para promover a unidade nacional. Faz tempo que se disputa apenas o poder, mesmo fatiado e esfrangalhado. Dilma e Cunha, é claro, são responsáveis pela débâcle, como tantos no passado. E quantos, no futuro? Incompetência e corrupção costumam conviver, mas dessa vez ultrapassaram todos os limites. Uma presidente que não preside, um deputado que enriquece através de métodos singulares, ambos oferecem triste espetáculo à nação.
. Virou sonho de noite de verão aguardar a integração entre o Brasil Real e o Brasil Formal, cada vez mais distantes. Imaginou-se o PT como ponte entre as duas abstrações, mas os companheiros despencaram. (Carlos Chagas) 

Fazer o diabo antes, durante e depois da eleição. 
. Há muitos anos o TSE vem tratando com desdém todas as manifestações de desconfiança em relação às urnas eletrônicas. Verdade seja dita: Dias Toffoli não foi o primeiro a adotar essa atitude. Ela se prolonga no tempo e é mais uma evidência de que boa parte dos membros dos poderes de Estado simplesmente está se lixando. A brisa é suave, o uísque é bom, a vida sorri. E o resto que se dane. Atrás desses muros é que vivem.
. Eleitores bem informados não confiam no sistema de votação. Suas vulnerabilidades já foram apontadas por diversos peritos. Nenhum outro país adota esse tipo de urna. Mas os doutos ministros do TSE empinam o nariz com ar de enfado quando o assunto lhes é apresentado. Convenhamos, isso tem nome na lista das infrações aos deveres do cargo.
. A eleição da presidente Dilma deu-se em circunstâncias misteriosas. Os votos foram contados como naquelas mágicas em que o prestidigitador medíocre, para facilitar a vida, encobre com um pano preto o trabalho de suas mãos. A inconfiabilidade das urnas e a sigilosa contagem ajudaram - e muito! - a criar severas incertezas sobre a correção do pleito. Absolutamente natural, portanto, que o Congresso Nacional, ao deliberar sobre alguns itens de reforma política, incluísse preceito para que as urnas passem a imprimir os votos, permitindo que os eleitores, sem contato físico, os confiram e confirmem antes de a máquina depositá-los em urna onde permanecerão para eventual verificação manual.
. Pois não é que a presidente Dilma vetou a iniciativa? Um impressionante veto ao voto impresso! Logo ela, cuja eleição se deu rodeada por uma ciranda de suspeitas; logo ela, que quebrou o país para se eleger; logo ela dos gastos sigilosos e milionários com cartões corporativos; logo ela, das comitivas nababescas e dos hotéis suntuosos; logo ela resolveu implicar com o custo envolvido em algo tão indispensável à credibilidade dos mandatos presidenciais quanto a mudança das urnas eletrônicas. Se o Congresso acolher o veto, a próxima eleição estará sujeita ao mesmo descrédito a que foi conduzido seu próprio mandato. O nome disso é fazer o diabo antes, durante e depois da eleição. (Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, arquiteto, empresário e escritor)

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