17 de out. de 2015

Num país ruim, o negócio é viajar...

• Dilma embarcou para viagem oficial à Suécia e Finlândia. 
• Amanhã é dia de adiantar o relógio em uma hora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Horário de verão começa à 0h em 10 estados e DF. Mudança vai durar até 21 de fevereiro. 
• Réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro por meio de várias contas secretas na Suíça, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é retratado pela revista Época, do grupo Globo, como O senhor impeachment, como se ele tivesse força para liderar qualquer iniciativa golpista - e isso sem falar no fato de que duas decisões recentes do Supremo Tribunal, concedidas pelos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, travaram seus movimentos; no entanto, para Época, é Cunha quem conduz o ritmo do futuro político do País
• Renúncia coletiva O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, defende uma forma não traumática para o país superar a crise: a renúncia coletiva da presidente Dilma Rousseff, do seu vice Michel Temer e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Falo isso como cidadão e em uma perspectiva utópica, já que seria algo impensável para os atuais detentores dos poderes, diz ele. Para o ministro, o mal maior, a crise econômica, está sendo deixado em segundo plano por interesses políticos
• Na segunda denúncia apresentada contra a empreiteira pelo Ministério Público Federal, nesta sexta-feira 16, estão envolvidos o nome do presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, e outros três executivos, Marcio Faria da Silva, Rogério Araújo e Cesar Rocha; MPF aponta esquema que envolveu o pagamento de R$ 137 milhões em propina, em oito obras da Petrobras; dinheiro teria sido desviado de projetos no Rio de Janeiro, em Pernambuco e na Bahia; denúncia pede a aplicação de multa de R$ 275 milhões contra a companhia, investigada na Operação Lava Jato. 
• Delator afirma ter repassado propina a Renan e Delcídio. Segundo o lobista Fernando Baiano, pagamentos entre US$ 5 milhões e US$ 6 mi, feitos de 2006 a 2008, seriam referentes a contrato da Petrobras. 
• Época: Odebrecht pagou R$ 4 milhões para Lula fazer dez palestras. Revista obteve contratos assinados. 
• Doações sob suspeita: PF investigará campanha de Dilma de 2014. Inquérito foi pedido por Gilmar Mendes. 
• Primeiro, em sua delação premiada, Fernando Baiano disse que teria pago despesas de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, num total de R$ 2 milhões; agora, volta à carga com outros R$ 2 milhões pagos ao amigo do ex-presidente, o pecuarista José Carlos Bumlai, para repassar a uma nora de Lula como parte de pagamento de um imóvel. Essa nora, supostamente, seria a mulher do mesmo Lulinha. Por conta disso, na internet, as redes sociais relembram frase de Lula em 2005 sobre a atividade empresarial de Fábio: Que culpa tenho eu se meu filho é o Ronaldinho dos negócios?.
• Planalto já avalia rombo superior a R$ 60 bilhões nas contas públicas. Governo deve ficar sem receita extra do IRB no ano. Ajuste importa mais que Dilma, diz diretora da Fitch. 
• Crise do petróleo deve tirar R$ 62 bi da economia. Estimativa do Grupo de Economia da Energia (GEE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro é de que o País deixe de gerar este montante em renda até 2019; queda da cotação do petróleo e redução de investimentos por parte da Petrobras vão levar ainda a uma redução de 45% nos aportes da indústria e de 26% na criação de empregos nos próximos cinco anos, de acordo com os pesquisadores. 
• Pendências com o Fisco poderão ser resolvidas pela internet a partir de 2016.  

• Palestinos incendeiam templo venerado por judeus na Cisjordânia. Guerreamos contra o incitamento à violência, diz prefeito de Jerusalém. Para Nir Barkat, ataque a faca é terrorismo, e cerco do governo aos palestinos salva vidas. 
• Dia de Fúria convocado pelo Hamas contra Israel termina com 4 palestinos mortos. 
• Estado Islâmico reivindica ataque na Arábia Saudita que deixou cinco mortos. 
• Rússia e Afeganistão explicitam inabilidade política dos EUA. 

“Vem nimim que eu tô vendido” - “num posso, eu também tô”. 
. No cipoal de contradições que paralisa a visão na Praça dos Três Poderes, destaca-se comentário feito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha: não há a menor chance de o impeachment ser deflagrado agora. Nem agora nem nunca, porque tramitou nos bastidores e já chega a constituir-se em compromisso o conluio entre o governo e a Câmara para preservar os mandatos da presidente da República e do dirigente parlamentar.
. O sempre respeitado ex-vice-presidente Marco Maciel costuma contar episódio do folclore pernambucano. Dois times do interior disputavam acirrada partida de final de campeonato, valendo tudo para a conquista da vitória, inclusive suborno de jogadores. Aos 45 minutos do segundo tempo havia empate, quando num golpe de sorte o centro-avante de uma das equipes vê-se sozinho com a bola, próximo da área do adversário. Bastaria avançar no rumo da meta e marcar. Quando começa a correr, grita para o goleiro do outro time: vem nimim, vem nimim que eu tô vendido! Resposta: num posso! Eu também tô! 
. Ignora-se se houve gol ou não, pois as duas torcidas indignaram-se e invadiram o campo, massacrando os jogadores.
. Assim o conflito entre Dilma Rousseff e Eduardo Cunha. Ambos estão vendidos, quer dizer, a presidente recusa-se a chutar e fazer o gol, com o deputado comprometido em deixar a bola passar. Para evitar a perda das funções e do próprio mandato, a partir do Conselho de Ética, Cunha promete não dar andamento ao pedido de impeachment contra Dilma, por crime de responsabilidade fiscal. Desde que, é claro, ela mobilize seus deputados para não condenarem o adversário pela abertura, num banco suíço, de contas secretas com dinheiro podre da Petrobras.
. Uma marmelada digna dos jogos de várzea, podendo as arquibancadas estar dispostas a invadir o gramado e ministrar inesquecível lição nos contendores. Porque acordo tão baixo assim nos leva à suposição de que, na disputa lembrada por Marco Maciel, estavam o Al Capone Futebol Clube contra o Clube de Regatas do Ali Babá...
. Enquanto isso o presidente da Federação, dono do campo e da bola, o Lula, procura evitar o vexame e pede aos dois times um bom futebol, com agenda positiva. O diabo é que ele também incorre na ira dos torcedores, acusado junto com o filho de receber propina. Melhor suspender o certame e iniciar nova competição.
Ponto para o supremo 
. Nem tudo parece perdido. Enquanto Executivo e Legislativo oferecem lamentável espetáculo, o Judiciário marcou mais um ponto, esta semana ao proibir o Congresso de incluir jabotis nas medidas provisórias. Desde o governo José Sarney que se permitia a deputados e senadores, ao examinar esses singulares decretos do governo, incluírem toda sorte de adendos a ser aprovados, em especial os que nenhuma relação tinham com o objeto principal. A partir da decisão de agora, os jabotis terão que descer da árvore. O problema é que o Congresso poderá arguir intromissão do Supremo Tribunal Federal nas atribuições legislativas, votando lei específica de permissão às inclusões. Para complicar ainda mais: quem decidirá o impasse? O Supremo... (Carlos Chagas)

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