30 de ago. de 2015

Mude, agite a cada dia...

 photo _amov.jpg Da megalomania à insignificância. 
. Certa feita, no ano de 2004, em um dos tantos debates que já mantive com lideranças do PT, ironizei a continuidade que o governo Lula vinha dando às políticas tucanas que combatera tão intensamente e com tanto sucesso eleitoral. Mostrei, uma a uma, as contradições. O abominável Plano Real estava mantido com inteiro rigor. O superávit fiscal, tão execrado pelo petismo, havia atingido, com Lula, o maior valor dentro da série histórica. Os programas de renda mínima, que Lula acusara de serem uma forma de fazer votos graças à fome de quem vota com a barriga, haviam mudado de nome e recebido mais recursos. E por aí fui, até ser interrompido por meu interlocutor que me disse exatamente o seguinte: Puggina, não se muda a direção de um transatlântico com guinada brusca e ilustrou o que dizia com o braço desenhando um longo arco. A mudança de rumos estava em curso e seria gradual.
. Ele pertencia à alta hierarquia de seu partido e estava bem informado. O tempo o comprovou. O PT destruiu os fundamentos macroeconômicos então vigentes (responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e meta de inflação). Exibiu, pouco a pouco, sua vocação para o totalitarismo. Empenhou-se na armação da luta de classes, forçando o divisionismo dentro da sociedade. Ensaiou várias tentativas de controlar a mídia. Levou o revanchismo até onde pode. Concebeu várias agendas socialistas. Aliou-se aos piores vilões da política nacional e internacional. Não lhe faltaram tentativas de impor absurdos, mediante decretos felizmente rejeitados pela opinião pública e pelo Congresso. Tais foram os casos do PNDH-3, que fazia gato e sapato em nome dos direitos humanos, e do decreto Nº 8.243 (decreto dos sovietes), que pretendia uma desabilitação do poder legislativo. O partido viria, como de fato veio, contaminar e aparelhar o Estado em conformidade com um desígnio totalitário. Tudo para alterar a trajetória do transatlântico.
. Na política, tudo ia bem. Os corruptos prosperavam. Não faltava dinheiro à mídia chapa branca, nem capitanias hereditárias aos partidos e aos políticos da base. O crescimento chinês empurrava a economia para a frente, mais ou menos como as elevações da taxa de juros engordam os lucros dos bancos sem que os banqueiros precisem sair da poltrona. O petróleo a mais de US$ 100 viabilizava qualquer estripulia na Petrobras e o pré-sal era portentosa mina, a ser drenada ainda antes de gotejar. A megalomania, os delírios de poder e de riqueza, os projetos faraônicos, o messianismo característico dos partidos e movimentos totalitários recebiam injeções de adrenalina na veia. No limite das aparências, Lula era um Midas. Além das aparências, uma bomba de efeito retardado.
. Só agora, concluída aquela curva descrita pelo meu interlocutor no debate acima referido, veem-se todas as dimensões do estrago. O desvio de rota jogou o país contra os rochedos, de modo desastroso. Lula e Dilma, que sequer se animam a aparecer em público, fazem lembrar o rápido e furtivo desembarque do comandante Francesco Schettino após jogar o Costa Concórdia contra os arrecifes junto à ilha de Giglio.
. A direção pretendida quando a grande curva foi desenhada chegou onde inevitavelmente haveria de chegar, porque nunca foi diferente o resultado de tais políticas. E se há muita incerteza, hoje, sobre o futuro do país, se os comandantes se escondem mas não desembarcam, ninguém duvida de que o desvio de rota e a megalomania os condenaram à insignificância. (Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, arquiteto, empresário e escritor)
Carta aberta a Luiz Fernando Veríssimo. 
. Na crônica com o título O Vácuo, comparaste os manifestantes contra o governo aos cachorros vira-latas que, no passado, corriam atrás dos carros, latindo indignados. Dizes que nunca ficou claro o que os cães fariam quando alcançassem um carro, por ser uma raiva sem planejamento. E que os cães de hoje se modernizaram, convenceram-se de seu próprio ridículo, renderam-se ao domínio do automóvel.
. Na tua infeliz e triste comparação, os manifestantes de hoje são vira-latas obsoletos sitiando um governo que mais se parece com um Fusca indefeso, que sabem o que não querem Dilma, Lula, PT mas não pensaram bem no que querem no seu lugar.
. Como um velho e obsoleto cachorro vira-lata, quero te latir (não sei se entendes a linguagem de cachorros) algumas coisas:
1. Independentemente das motivações de cada um, tenho certeza de que todos os cachorros na rua correm em busca dos sonhos perdidos, que, em 13 anos, foram sendo atropelados não por um Fusca indefeso, mas por um Land Rover de corrupção, imoralidades, mentiras, alianças políticas espúrias, compras de pessoas, impunidade, incitação à luta de classes, compra de votos com o Bolsa Família , desrespeito e banalização da vida pela falta de segurança e de atendimento digno à saúde, justiça falha, etc, etc.
2. Se os cachorros se modernizaram e pararam de correr atrás do carro, não foi por se convencerem do próprio ridículo. Foi porque não conseguiram nunca alcançar os carros e isso os desmotivou. Falta de planejamento, concordo. Mas os cachorros de agora aprenderam que se correrem juntos, unidos, latindo bastante atrás do carro, cada vez mais e mais, de novo e de novo, chegará uma hora em que o motor vai fundir. Eles vão alcançar o carro. O motorista vai ter que descer do carro e outro assumirá. Pior do que está não vai ficar, embora o conserto vá demorar muito. Não vai ser fácil, mas os vira-latas vão conseguir se organizar, pelo voto. Não pela ditadura.
3. Não é verdade que o latido mais alto entre os cachorros foi o de um chamado Bolsonaro. Acho que estavas na França gozando das delícias de um croissant na beira do Sena (enquanto os vira-latas daqui corriam atrás do osso perdido) e não viste os vídeos das manifestações. Se bem que a TV Globo e o Datafolha também não enxergaram nada. O que mais cresceu na manifestação foi uma certeza, a certeza que vai fazer esse país mudar: com essa Land Rover desgovernada não dá mais. Os cachorros com seus latidos unidos jamais serão vencidos. E sabem que mais dia, menos dia, esse carro vai parar. É assim que começa, pena que eles não acreditem. Não vai ter mais dinheiro pra comprar brioches para o povo. E o número de vira-latas vai aumentar muito. Quem comandará a corrida? Não sei, só sei que prefiro ser um vira-lata à moda antiga do que um vira-lata moderninho que se rende a uma Land Rover.
4. Te enganas quando dizes que os cachorros de antes corriam atrás dos carros porque a luta era outra. Não, a luta é a mesma, o contexto é diferente. Os cachorros não querem um passaporte bolivariano. O vácuo vai ser preenchido, não te preocupes. Por quem for necessário e aceito, desde que não seja pelo exército do Stédile.
5. Em tempo: essa vira-lata que te fala foi professora dos teus filhos no antigo e admirável Instituto de Educação. Lá aprendi que é importante latir não por latir, mas para defender os sonhos possíveis. E teus filhos devem ter aprendido muita coisa com os meus latidos. Continuo latindo, agora na rua, para derrubar o que acredito ser um mal nesta nação arrasada: a corrupção e, mais do que isso, um governo corrupto, que perdeu totalmente a vergonha. Eles criaram um vácuo de imoralidade e de incompetência que vai ser difícil de recuperar. Mas, vamos conseguir! (Rosália Saraiva) 

A cereja no bolo.  
Solo fértil e clima favorável - A probabilidade de se obter uma boa safra agrícola depende, basicamente, de solo fértil e clima favorável. Se, ainda por cima, o agricultor for competente e eficiente, aí a colheita tem tudo para ser abundante.
Analogia - Por analogia, os governos Lula e Dilma Petistas, sabendo que o povo brasileiro é ingênuo e mal educado, o que propicia um ambiente fértil para mentir à vontade e promover rombos de todos os tamanhos, despejaram toneladas de sementes de ideologia do atraso por todos os cantos do nosso pobre país. 
Festejando - O resultado, como se vê, não poderia ser outro a não ser recessão. Enquanto os mais preparados lamentam as safras ruins e negativas demonstradas pela continuada retração econômica, o PT, sob o comando de Lula e Dilma deve estar festejando muito a colheita divulgada hoje pelo IBGE.
Bingo - Ao adotar a Matriz Econômica do Atraso ou Bolivariana, o governo petista simplesmente garantiu por antecipação a colheita de uma forte e persistente recessão.
Bingo
: o PIB do 2° trimestre, segundo informou hoje o IBGE, declinou 1,9% ante ao 1° trimestre deste ano. Na comparação anual, a queda foi ainda maior: 2,6%. Que tal? 
Crise mundial - Ainda que nos últimos dias a presidente Dilma tenha admitido, publicamente, que a economia brasileira vai mal, em nenhum momento se declarou como responsável pelo caos que ela e seu partido plantaram. Ao contrário: jogou a culpa para a crise mundial, que já está superada faz tempo.
Comparação importante - A propósito: o PIB dos EUA, referente ao segundo trimestre deste ano, divulgado ontem, atingiu 3,7% de crescimento em termos anualizados. Este desempenho se deu com taxa de juros referenciais de 0,25% ao ano. Aqui, a taxa de juros SELIC está em 14,25% e o PIB teve desempenho negativo. Pode? 
Cereja no bolo - Como que querendo provar que o objetivo é a recessão, ou a depressão, o governo está propondo a criação de um imposto sobre transações financeiras. Caso seja aprovado aí o governo Dilma colocará a esperada cereja no bolo do caos econômico, bem de acordo com a vontade do PT. Viva! (GSPires) 
Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la. (Cícero)

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