6 de ago. de 2015

Dura lex, sed lex...

• Dilma passa a ser a presidente mais impopular, diz Datafolha. Reprovação supera Collor pré-impeachment e vira a maior da série histórica do instituto, iniciada em 1990; 71% avaliam governo como ruim ou péssimo. Aprovação do governo Dilma cai para 8%. Índice dos que acham o governo ruim ou péssimo supera os 68% do ex-presidente no período pré-impeachment e se torna o maior da série histórica, iniciada em 1990. 
• Dólar registra sexta alta seguida e atinge R$ 3,53; Bolsa opera em queda. 
• Câmara dá sequência a projeto da pauta-bomba. Com derrota em votação e perda de aliados, Planalto vive dia de vexame. 
• Grupo do PMDB articula rompimento com Dilma. 
• PSDB ainda não desistiu do impeachment, mas já avalia que o único caminho possível é buscar uma composição com o vice Michel Temer; entre os tucanos, o maior entusiasta desse golpe branco é o senador José Serra (PSDB-SP), que pretende ser ministro da Fazenda de um eventual governo Temer, assim como Fernando Henrique Cardoso foi de Itamar Franco; o governador paulista, Geraldo Alckmin, mandou avisar que, se depender dele, não deve haver impeachment - e, caso ocorra, o PSDB não deveria compor o governo; já o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que pretende usar os programas do PSDB para convocar manifestantes às ruas no dia 16 de agosto, pode terminar com sorriso amarelo; hipótese de impeachment duplo, com a cassação da presidente Dilma e do vice Michel Temer, já foi abandonada. 
• Embora 66% defendam a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff; pesquisa Datafolha aponta que apenas 38% acreditam que ela perderá o mandato; para 55% dos brasileiros, ela exercerá sua segunda gestão até o final; desde o mês de junho, a aprovação ao governo Dilma caiu a 8% e a reprovação passou para 71%; a maior taxa de entrevistados que disseram que o governo é ruim ou péssimo foi registrada na região Centro-Oeste, com 77%; não há diferença relevante em relação a idade ou o sexo dos entrevistados. 
• PDT e PTB deixam a base do governo na Câmara. 
• Reajustes aprovados pela Câmara custarão R$ 2,45 bi. Deputados aprovaram em primeiro turno o texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC) que vincula os salários das carreiras da Advocacia-Geral da União e de delegados civis e federais a 90,25% do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). 
• Dilma indicará Janot novamente. 
• Copom aumenta projeção para reajuste das tarifas de energia e botijão de gás. 
• Gastos do cartão corporativo de Rose enfim serão revelados. Aqui

Falas de Mercadante e Temer revelam: Dilma já não governa; vice se apresenta. Ou – Presidente, faça um bem ao país: renuncie!
. Parece que a ficha caiu para quase todo mundo, mas não para o PT, como costuma acontecer. Nesta quarta, com prazo de algumas horas, tanto o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, como o vice-presidente, Michel Temer, fizeram apelos verdadeiramente dramáticos em favor da, sei lá como chamar… Talvez a palavra seja governabilidade.
. Começo pela fala do vice, mais grávida, acho eu, de significados. Depois de um dia de muitas conversas ao pé do ouvido, Temer emprestou a seu discurso uma temperatura e uma gravidade inéditas em sua retórica. Leiam: Na pauta dos valores políticos temos, muitas vezes, a ideia do partido político como valor, do governo como valor e do Brasil como um valor mas nessa pauta de valores, o mais importante é o valor Brasil, o valor País e estamos pleiteando exata e precisamente que todos se dediquem a resolver os problemas do País. Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave, não tenho dúvidas de que é grave porque há uma crise política se ensaiando, uma crise econômica que está precisando ser ajustada, mas, para tanto, é preciso contar com o Congresso Nacional, com os vários setores da nacionalidade brasileira.
. E seguiu adiante: É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar, reunir a todos e fazer este apelo, e eu estou tomando esta liberdade de fazer este pedido porque, caso contrário, podemos entrar numa crise desagradável para o País. Eu sei que os brasileiros não contam com isso, os brasileiros querem que o Brasil continue na trilha do desenvolvimento, e é por isso que, mais uma vez, eu reitero que é preciso pensar no País acima dos partidos, acima do governo, e acima de toda e qualquer instituição. Se o País for bem, o povo irá bem. É o apelo que eu faço aos brasileiros e às instituições no Congresso Nacional.
Retomo
. Eis o ponto. Temer sabe muito bem que inexiste, na política, salvo nos momentos de guerra e de verdadeira comoção nacional - e, felizmente, não chegamos a eles -, esse pensar isso e aquilo acima de partidos, convicções, diferenças etc. Isso é pura retórica. É preciso, aí sim, que exista liderança política. Eis o problema. Cadê?
. Notem que Temer diz: É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar, reunir a todos e fazer este apelo. E, em seguida, ele se oferece para esse papel: E eu estou tomando esta liberdade. Vale dizer: está tentando fazer o que Dilma não consegue mais: governar. É evidente que o país não vive, diga-se em boa hora, uma anomia, mas governabilidade, com vistas ao futuro, também não há.
. O dia em que, ao fim, o vice se oferece para a governança foi aberto com Aloizio Mercadante, numa audiência pública na Câmara, admitindo, na prática, a falta de controle do governo sobre a crise. O homem, vejam vocês, fez até um inédito mea-culpa: Vivemos um momento politizado, com erros que cometemos, e se cometem quando se governa.
. Embora tenha admitido que é tarefa da base aprovar o ajuste fiscal, falou em resposta compartilhada, referindo-se à oposição, em questões que digam respeito ao futuro.
. É claro que tanto a fala de Mercadante como a de Temer embutem um diagnóstico sobre a situação política e, quem sabe?, psicológica de Dilma. A presidente já não governa.
Não obstante…
. Pois é… Não obstante a dramaticidade dos discursos, Dilma aparecerá nesta quinta no horário político do PT, com panelaço certo, servindo de esquenta para a megamanifestação do dia 16, e o partido da presidente saiu por aí a convocar protestos contra Eduardo Cunha e o que chama avanço da direita, que, ainda que fosse verdadeiro, teria o direito de avançar, desde que segundo a lei e a ordem.
. É por isso que tenho escrito e dito que Dilma faria um bem imenso ao país se renunciasse. Hoje, a sua incapacidade gerencial agrava os problemas decorrentes do desmoronamento do modelo de governo petista e de desconstituição do partido.
. Temer tem razão! É preciso alguém que reúna o país. Todos sabem que esse alguém não é Dilma. (Reinaldo Azevedo) 
No fundo, o maior culpado é o povo que participou e deu pano pras mangas na destruição do país. Onde você se situa? Quem se vendeu, se abaixou por ganhos e agora vê as coisas pretas. Mandioca,  bicicletas ou pedaladas? Um povo inerme ou rebaixado? Agosto o mês das surpresas! (AAndrade) 

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