18 de jul. de 2015

Mais cpis a vista...

• Cunha e governo mergulham em nova fase de incertezas. Enquanto denúncias fragilizam deputado, rompimento ameaça desgastar governo Dilma ainda mais. Saiba quais podem ser os desdobramentos da crise. Eduardo Cunha anuncia ruptura com governo e pede que PMDB faça o mesmo. 
• PMDB e opositores se mantêm distantes da ruptura de Cunha. Presidente da Câmara deixa base aliada um dia após delator relacionar seu nome à corrupção na Petrobras; ele foi acusado de ter recebido US$ 5 mi. 
• Cunha autoriza CPIs incômodas ao governo. Presidente da Câmara rompe com o governo e libera comissão para apurar BNDES e fundos. Pronunciamento de Cunha tem panelaços no Rio e SP. Cunha promete travar ajuste fiscal. Rixa atinge projetos de desoneração da folha e repatriação. Cunha crê que Janot vai pedir seu afastamento. 
• Eduardo Cunha pede a Jair Bolsonaro para atualizar pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Atingido pela Operação Lava Jato, Eduardo Cunha está mesmo disposto a derrubar Dilma Rousseff. O presidente da Câmara notificou o deputado federal Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (17) para que emende o pedido de impeachment da petista no prazo de 10 dias. Este blog obteve o ofício de Cunha e conversou com Bolsonaro pelo telefone. Segundo ele, Cunha está pedindo a todos os autores de pedidos de impeachment protocolados na Câmara que os atualizem com fatos novos, se for o caso, para que sejam avaliados já no fim do mês e discutidos em agosto, após o recesso parlamentar. (Veja) 
• Lobista só delatou após risco de perder benefícios. Procuradores disseram ter evidências de que ele omitia informações. 
• Levy faz investida para levantar R$ 50 bilhões. Fazenda intensifica cobrança de dívidas e vendas de ativos. 
• Quem imaginar que deputados aliados virarão as costas para Eduardo Cunha, presidente da Câmara, alegando que não houve ataque à Casa, mas a um parlamentar eleito para a presidência do órgão, no mínimo, está se precipitando. Cunha, no comando da Câmara, detém o controle de todos os processos ali e conta com firmes aliados em todos os cargos-chave, incluindo as vice-presidências. Não abrirá mão do poder e até vai instalar em agosto as CPIs dos fundos de pensão e do BNDES. O ex-procurador-geral da República, Antonio Fernando de Sousa, que cuidou dos mensaleiros, comanda advogados contratados por Cunha, que - isso é certo - infernizará o governo. 
• Suposto operador do PMDB pode ter sofrido ameaças. Defesa de Fernando Baiano diz que suspeita não tem a menor procedência
• Del Nero desiste de ir em reunião decisiva na Suíça. Quando cartolas da Fifa foram presos na Suíça, Marco Polo Del Nero voltou para o Brasil. Encontro em Zurique deve debater a reformulação da FIFA; patrocinadores criticam postura. Para Bom Senso FC, CBF está sem presidente
 • Presidente do TCU vai morar em imóvel do filho, alvo da Lava Jato. Apartamento de alto padrão foi comprado por Tiago Cedraz, alvo apuração sobre tráfico de influência. Advogado admite que foi procurado por empreiteiro. Imóveis de filho de presidente do TCU somam R$ 13 milhões. 
• Parlamento alemão aprova termos do resgate à Grécia. Merkel havia alertado mais cedo que haveria o caos se deputados não apoiassem ajuda após gregos aceitarem mais austeridade. 
• Após BCE injetar € 900 milhões, Grécia abrirá bancos na segunda. Europa reage à aprovação do pacote de austeridade pelo Parlamento grego.

É claro que Dilma se fortalece por enquanto. Ou: Camargo foi ameaçado, como acusou Cunha. Ou ainda: Torça pelos fatos. Mais uma: E Dilma, Janot?
. Há muitas formas de torcer voluntária ou involuntariamente pelo fortalecimento, ainda que dentro do possível, de Dilma Rousseff. Uma delas é aplaudir a eventual derrocada de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e o notável trabalho de proteção à presidente executado até agora por este incrível Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Ah, sim: seria dispensável dizer para bons entendedores, mas também os há maus, a serviço sabe-se lá do quê: Se Cunha cometeu crime, tem de pagar. Mas onde estão os responsáveis ligados ao Poder Executivo no petrolão? Faço essa pergunta há mais de um ano. Janot não me dá uma resposta. Sérgio Moro também não.
. A Folha traz neste sábado um Folha texto muito esclarecedor de Graciliano Rocha e Bela Megale. Explica por que o delator Júlio Camargo mudou de ideia. No âmbito da delação premiada, havia negado o pagamento de propina a Eduardo Cunha. Depois, disse o contrário. No depoimento prestado ao juiz Sérgio Moro, ele afirmou que negara porque tinha medo do poder do deputado. A reportagem esclarece: Sua [de Camargo] guinada começou a ser produzida na última semana de junho, quando foi chamado pelos procuradores da Lava Jato para uma reunião em Curitiba. Os investigadores mostraram a Camargo que tinham evidências de que ele vinha escondendo informações comprometedoras sobre políticos, e lembraram ao lobista que isso poderia levar ao rompimento do acordo de delação, que garante redução de pena e outros benefícios.
. Ah, bom! Na nota divulgada ontem, em que nega ter recebido propina, Cunha havia acusado o seguinte: Após ameaças publicadas em órgãos da imprensa, atribuídas ao Procurador-Geral da República, de anular a sua delação caso não mudasse a versão sobre mim, meus advogados protocolaram petição no STF alertando sobre isso.
. Nem vou entrar no mérito se Camargo mentiu antes ou agora, o que fica evidente é que o conteúdo da nota de Cunha e o da reportagem coincidem, com uma ligeira diferença: o presidente da Câmara atribui a ação a Janot. Então ameaça houve, certo?
. Resta, ademais, uma questão de natureza técnica, a ser decidida nestas e em delações premiadas em casos futuros: valerá sempre a última versão contada pelo delator, ainda que ela desminta a anterior? Outra questão para os tribunais: se não houver a prova material do pagamento de propina Cunha há?, a qual versão se deve dar o status de verdade? Os que querem Cunha fora do caminho certamente escolherão a segunda; os que preferem Dilma fora do caminho optarão pela primeira. Com qual devem ficar os que preferem os fatos? Respondo: com as provas.
Impeachment
. Há certa excitação no ar, indevida a meu ver - mas nada como o tempo, não é? -, com o fato de que o deputado mandou fazer uma espécie de revisão dos pedidos de impeachment que foram protocolados na Câmara. Tenho dificuldade para pensar fora de parâmetros lógicos. Se essa era uma hipótese distante antes, mais distante está agora. Não há mágica nessas coisas. Já escrevi aqui e reitero: num cenário em que a Operação Lava-Jato encosta na parede os presidentes da Câmara e do Senado, quem sai fortalecida, ainda que abaixo da linha da mediocridade, é Dilma. Para aceitar uma denúncia, são necessários 342 deputados. Não há milagres nessas coisas.
Armação ilimitada
. Alguns tontos inferem que defendo que Cunha devesse ser intocável só porque perturba o PT. É uma boçalidade. Não é isso, não. Mas não reconheço como coisa regular que, no âmbito da delação, Julio Camargo negue o pagamento de propina ao deputado e, depois de pressionado pelos procuradores, admita o pagamento, mas aí num depoimento que está fora da delação - tanto é que esta terá, agora, de ser corrigida. Isso pode ser tudo, meus caros, menos… regular! É claro que tem cheiro de cama de gato e jeito de cama de gato. E é cama de gato. Nota à margem: Camargo mudou de advogado e agora está com o mesmo que defende Alberto Youssef, que o lobista antes contestava com veemência.
Presidência da Câmara
. Fragilizado, Cunha passou agora a ser alvo de certa campanha terrorista. Nesta sexta, vazavam da Procuradoria Geral da República boatos de que Janot - aquele que não toca em Dilma - pretende entrar com uma ação cautelar para afastá-lo da Presidência da Câmara. Usaria para tanto testemunhos de pessoas que se dizem ameaçadas pelo deputado.
. Caso Janot opte mesmo por isso - duvido um pouco porque me parece que escancararia a natureza do jogo: tirar Cunha do caminho -, o pedido tem de ser apresentado ao Supremo. O ministro Teori Zavascki, relator, poderia decidir sozinho, mas o mais provável é que recorresse ao pleno do tribunal. Se a tanto se atrever Janot, acho que o STF recusaria uma interferência desse teor com o que se tem até agora.
. Então ficamos assim: que Júlio Camargo foi ameaçado, como afirmou Cunha, foi. Se a ameaça se deu mediante supostas provas que os procuradores teriam de que pagou propina ao deputado, então elas certamente virão à luz. Mas e se não vierem?
. Ah, sim, não posso encerrar este post sem perguntar: e Dilma, Janot? (Reinaldo Azevedo) 

Os estágios das crises. 
Três estágios - Em geral, as crises econômicas vividas por qualquer país, principalmente aquelas que produzem graves consequências sociais, se bem entendidas pela sociedade, certamente, passam por três estágios, a saber: 
Primeiro estágio - O primeiro estágio é aquele que, através da análise (ou diagnóstico), informa, com toda clareza, o tamanho da crise que está instalada. Se houver alguma inteligência capaz de entender o problema, e a partir daí propor soluções para sair da encrenca, a crise está pronta para entrar no próximo estágio. 
Segundo estágio - Volto a repetir: só é possível passar para o segundo estágio depois da aceitação de que o diagnóstico está correto, ou seja de que houve o convencimento dos erros cometidos, que levaram o país a entrar em crise. Esta etapa, portanto, trata do estudo efetivo das decisões (remédios) que precisam ser tomadas para o enfrentamento das doenças que devastou a economia.
Terceiro estágio - Uma vez escolhidas as decisões, que precisam ser firmes e corretas para que não permitam que a crise retorne mais adiante, o país entra no terceiro estágio. Esta etapa se configura pela implementação das medidas que têm o poder de levantar o doente para que possa iniciar a recuperação. 
Populismo - Por óbvio, o terceiro estágio é o mais difícil. Até porque e aquele que impõe o efetivo corte de despesas públicas. Como a maioria é representada por obras de farto populismo, onde benefícios e privilégios absurdos precisam ser suprimidos, a onda de dificuldade é crescente.
Cabeça ou coração? - Durante o processo, no entanto, já é possível perceber o grau de sucesso. Basta ver se os governantes que devem tomar decisões agem com a cabeça (se é que são portadores de massa cerebral) ou se decidem com o coração. Se for com a cabeça, e ela for boa, a probabilidade de sucesso é grande. Caso o coração venha a falar mais alto, aí não há meio de sair de crise alguma. Onde estamos???? (GPires) 
É da natureza do desonesto enganar usando mentiras. (Cícero)

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