23 de mai. de 2015

Brasil: faca, arma do momento...

• Maioridade assim cairá até para... 95% dos menores infratores detidos no RJ não têm ensino fundamental e nenhum deles completou o ensino médio. 
• Governo federal corta R$ 69,9 bilhões do Orçamento de 2015. Por que é tão difícil para o governo cortar gastos?. Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, no anúncio do ajuste fiscal. Governo anuncia corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento Federal, com objetivo de garantir recursos para pagamento da dívida da União e manter contas públicas equilibradas. 
• PAC foi o mais afetado. Corte de R$ 69,9 bi no Orçamento afetará obras de infraestrutura. Entre os ministérios, Cidades, Saúde e Educação lideram valor dos bloqueios. 
• Brasil fechou quase 98 mil vagas de emprego em abril. É o pior desempenho para o mês em 23 anos. 
• Educação do Rio perde R$ 20 milhões: corte afeta transporte escolar. Levantamento mostra que contingenciamento orçamentário atinge estrutura das escolas. 
• Deputados escondem notas de despesa pública. Com o argumento de que a divulgação de determinadas notas fiscais expõe a intimidade do parlamentar, Câmara publica mensagem padrão informando o motivo da recusa da publicidade. Para ativista digital, medida embaça a transparência da Casa. 
• Gabrielli nada viu de anormal na Petrobras, diz ata de 2009. Folha de S.Paulo revela que a ata foi lavrada na presença de Paulo Roberto Costa e sob a presidência de Dilma Rousseff, por videoconferência. Então presidente da empresa falava sobre as investigações da CPI naquele ano. 
• Divergência de senadores sobre abono salarial adia votação de ajuste. Acordo para votação, adiada para terça-feira (26), foi obtido diante do recuo do governo sobre período maior de carência para pagamento de abono salarial, que também passou a ser proporcional ao período de trabalho. 
• CPI recua e vai ouvir viúva de Janene antes de pedir exumação. Deputado Hugo Motta disse que vai apresentar requerimento de exumação, mas vai colocar em votação o pedido somente depois do depoimento da viúva, que teria feito chegar à comissão dúvidas a respeito da morte de Janene. 

Ninguém gosta de novela. 
. Meu primeiro encontro com ela foi há muito, muito tempo. Basta dizer que a televisão ainda era televizinha. Se eu acrescentar que nessa época as pessoas conversavam e sabiam conversar, você talvez nem consiga situar-se no tempo e no espaço; ou talvez pudesse dizer espaço-tempo, só para lembrar Einstein.
. Nessa época longínqua, muito longínqua, fazer uma visita e não participar da conversa era grosseria, falta de educação. Por aí você percebe que estou falando de outro mundo, que era civilizado sem precisar de tecnologia digital, computador, celular, televisão. Além de civilizado, era educado, decente, humano, tranquilo, pensativo, agradável. Como estamos longe de tudo isso!...
. Você já concluiu que hoje o alvo das minhas flechas é a tecnologia. Mais especificamente, a televisão. Começo por contar-lhe as circunstâncias em que ela me foi apresentada. Ou melhor, nem houve apresentação, ela se intrometeu.
. Eu havia terminado as provas do vestibular, e os resultados estavam previstos para daí a uma semana. Um amigo convidou-me para visitar com ele a fazenda dos pais, onde descansamos agradavelmente quatro dias. Um dos dias foi dedicado a visitar os parentes que residiam na cidade. Fomos muito bem recebidos em todas as casas, exceto uma. Nada contra os anfitriões, que também nos receberam muito agradavelmente. Quem não recebeu bem fui eu.
. (Como!? Então você era o visitante, e diz que não os recebeu bem?)
. Era eu o visitante, sim, na companhia do meu amigo. Mas o fato é que não agi como visitante; ao menos como um que possa considerar-se educado. O que aconteceu então? É que havia na sala uma televizinha, onde tolos diziam tolices como as que depois ocuparam cadeira cativa. Reluzentemente iluminada, e até então desconhecida para mim, a curiosidade desviou minha atenção, desligando-me dos donos da casa. Minha sorte foi que o meu amigo falava pelos quatro cotovelos (os joelhos dele também falavam), e supriu a minha deseducada ausência mental.
. Parece que o meu amigo não percebeu a minha distração, mas quando ele depois comentou trechos da conversa, constatei que não me lembrava de quase nada. Foi assim que passei a encarar a televisão como minha inimiga pessoal.
. Enquanto isso os professores examinavam as provas, e devem ter gostado das minhas, pois na volta fui surpreendido com um terceiro lugar entre mais de oitocentos candidatos.
. Durante o curso universitário, não me sobrava tempo para defrontar-me com a televizinha. Concluído o curso, o exercício profissional deixou-me menos tempo ainda. Enquanto isso a TV foi ocupando o lugar de visita não convidada em todas as casas e emudecendo os familiares. Mas a minha ferrenha inimizade permaneceu e há de permanecer em constante crescimento, mesmo que no final a avalanche televisiva me marginalize como derrotado. Sou seu detrator contumaz, principalmente devido à destruição da vida de família, e mesmo da própria família. Não perco oportunidade para deblaterar contra essa ação deletéria, mas venho constatando este fenômeno estranho: embora todos tenham televisão, ninguém gosta dela.
. (Esse sujeito é maluco! Quem é que não gosta de televisão?!)
. Caro leitor, não estou falando só da minha experiência, da minha idiossincrasia (dê uma olhada no dicionário). Digo isso com fundamento estatístico, baseado em pesquisa de campo. Com frequência algum amigo me pergunta se vi tal coisa na televisão. Respondo comodamente, desafiadoramente:
. - Não vi, porque não vejo televisão.
. - Como!? Você não tem televisão?!!
. - Não tenho, nunca tive, nunca vou ter. E se alguém me der uma de presente, ela vai para o lixo, fazer companhia aos muitos outros lixos que ela despeja dentro de casas como a sua.
. Trombadas assim são muito eficientes. Logo o atingido procura atenuar sua culpa no delito que denunciei. Mais ou menos assim:
. - É... de fato a televisão leva pra dentro de casa muito lixo, como nas novelas. Eu só tenho a minha para ver noticiário, um futebolzinho...
. (Uhn! Sei! Onde foi mesmo que deixei minha aljava? Ah!! Lá vai flecha!)
. - E junto com isso entra todo o outro lixo, não é?
. Bem, leitor, vamos abrir as exceções de praxe, e ponderar que você não anda tão mal, se gosta de noticiário e de um futebolzinho. Mas junto com isso entram torrentes de imundícies, como novelas agressivas, humoristas desqualificados, propagandas inescrupulosas, modelos seminus e analfabetos loquazes. Então vamos colocar a coisa assim: Você não gosta de novela, como todo mundo, por isso vai se desfazer da televisão para não ter em casa esse lixo; e também muitos outros que o acompanham. (Jacinto Flecha)

Todo homem constrói seu mundo à sua própria imagem. Ele tem o poder de escolha, mas não tem o poder de fugir da necessidade de escolher. (Ayn Rand)

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O teto vai ruir...

Façamos as contas ao próximo exercício. Você aí que ainda nem recebeu os míseros trocadinhos do patrão e ouve a mulher querendo comprar comi...