Brasileiro sabe pouco de reforma política, aponta Ibope
"...O Brasil acha a reforma política importante, mas sabe muito pouco sobre ela. Pesquisa Ibope/Estado mostra que dois em cada três brasileiros ouviram falar pela primeira vez do assunto ao serem interpelados pelo pesquisador - ou nem sequer conseguiram responder à questão - e menos de 1 em 10 entrevistados diz saber bem do que se trata. Apenas 36% disseram ter conhecimento de que se discute a reforma política. Saber que o debate existe não significa estar por dentro do seu conteúdo. Tanto que só 7% dos entrevistados se declararam bem informados sobre a reforma política. Outros 34% disseram ao Ibope estar pouco informados, e a maioria absoluta disse estar nada informado (52%) ou nem sequer soube responder (7%)..."
(Agência Estado)
• Presidente da Fifa critica Dilma e expõe mal-estar com governo brasileiro. Joseph Blatter não
gostou de a presidente ter desistido de ir à final da Copa das Confederações.
• O escândalo do propinoduto tucano, alimentado pelas empresas Siemens e Alstom, se
aproxima perigosamente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; já se sabia que parte
dos recursos foi arrecadada por Andrea Matarazzo para o caixa dois da campanha presidencial
de 1998; agora, com a revelação pela revista Istoé da conta "Marília", mais um detalhe: ela foi
aberta no banco de Edmundo Safdié, que vendeu um apartamento de 450 metros quadrados no
bairro de Higienópolis por apenas R$ 1,1 milhão ao ex-presidente.
• Conselhos Regionais de Medicina afirmam que negarão registro a médicos estrangeiros.
• Médicos portugueses, espanhóis, argentinos e cubanos, entre outras nacionalidades,
começaram a desembarcar no país. Em tom de ameaça, representantes regionais da classe
médica rotularam ontem de ilegal a atuação destes profissionais no Brasil por meio do
programa Mais Médicos e prometeram acionar a polícia quando eles começarem a trabalhar no
país.
• Presidentes de CRMs também chamaram o programa de afronta e disseram que eventuais
erros cometidos por médicos estrangeiros não serão corrigidos por brasileiros.
• A chegada de médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior está prevista para
vagas não preenchidas por brasileiros - a primeira etapa de seleção atendeu só 10,5% das
vagas. A principal crítica da classe médica é a dispensa aos estrangeiros do Revalida, exame de
revalidação dos diplomas obtidos no exterior. No Mais Médicos, o governo instituiu uma
avaliação de três semanas, a ser feita no país.
• Não vamos dar registro para médico estrangeiro só porque a Dilma, o [ministro da Saúde,
Alexandre] Padilha e o [da Educação, Aloizio] Mercadante, a tríade do mal no Brasil, estão
mandando, diz o presidente CRM do Maranhão, Abdon Murad Neto.
• É lei [o Revalida]. Não importa se o médico veio no colo do ministro ou da Dilma. É
exercício ilegal da profissão, e isso é caso de polícia, afirma o presidente do CRM do Paraná,
Alexandre Bley. Não vamos dar o registro, e eles, se quiserem, que vão à Justiça, diz o
presidente da seção paulista, Renato Azevedo Júnior.
• Segundo o Ministério da Saúde, os conselhos não podem se negar a conceder o registro
provisório aos estrangeiros, previsto na MP do Mais Médicos, a não ser que a Justiça dê uma
liminar.
• Até agora, segundo a pasta, todas as ações tiveram resultado favorável ao governo.
• Ao acionarem a PF ou a Polícia Civil, os CRMs buscam registros oficiais da atuação de
estrangeiros para que possam usá-los na abertura de uma ação na Justiça.
• Até a decisão final, que poderá chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal), os médicos
estrangeiros poderão trabalhar normalmente no Brasil, mesmo sem o Revalida.O Conselho
Federal de Medicina disse que não deu orientação para que as seções regionais chamem a
polícia.
• A importação de 4.000 cubanos é questionada pelo Ministério Público do Trabalho - por
questões trabalhistas. Os profissionais de Cuba terão condições diferentes das dos demais
estrangeiros - a bolsa de R$ 10 mil mensais não será repassada aos médicos, mas ao governo
de Cuba, que fará a distribuição.
Fonte: Conselho Regional de Medicina do Paraná.
• Após viver mais de 1 ano em embaixada, Roger Pinto chegou a Brasília hoje, mas não tinha
saída da Bolívia autorizada. Senador boliviano não avisou Brasil que entraria no país, diz
Itamaraty. Bolívia diz que opositor fugiu do país. Itamaraty vai investigar entrada de senador
boliviano no Brasil.
• De volta ao passado: Tráfico no Rio volta a dominar seis áreas do Complexo do Alemão
pacificado.
• Batina justa: Bispos do Estado do Rio deram uma bronca nos senadores e deputados
federais católicos fluminenses. Enviaram para eles carta em que criticam a suposta omissão de
todos na tramitação do projeto que prevê atendimento a mulheres vítimas de violência sexual.
Aprovado pelo Congresso e sancionado por Dilma Rousseff, o PLC nº 3/2013 - que virou lei -
prevê a profilaxia da gravidez, o que, para os religiosos, facilita o aborto. Na carta, os
bispos dizem que gostariam de ter ouvido, mais nitidamente, as vozes dos parlamentares.
(ODia)
Tudo como dantes no cartel de Abrantes
(revalidado ante a inércia popular)
• As ruas calaram por falta do que propor e a sucessão está na mesma por falta de algo
melhor.
• Em junho, as multidões saíram às ruas para reclamar de tudo o que está aí - a inflação que
corrói o valor da moeda com que é pago o salário do trabalhador, a corrupção desenfreada, a
péssima gestão pública (principalmente na saúde, na educação e na segurança pública, mas
não apenas nesses setores) e outras mazelas institucionais. Eram todos contra tudo. Em julho,
milhões foram à Praia de Copacabana se encantar com o papa humilde que carrega a própria
maleta de mão, é favorável aos humildes e tolerante com os casais divorciados e os
homossexuais. Agosto entrou com Francisco no Vaticano e os brasileiros em casa, deixando ao
papa o que é do papa e aos políticos o que dos políticos é. Entre mortos e feridos salvaram-se
quase todos.
• De início, os políticos assustaram-se. A presidente Dilma Rousseff, de estilo bruto, embora
oscilante, choramingou em particular e despejou ideias em público para atender ao clamor das
massas. Nada do que ela propôs pegou. Tentou dar o golpe da Constituinte exclusiva para a
reforma política para consolidar na Constituição ações para fazer o próprio partido crescer e
prosperar: cobrar as contas pesadas das campanhas eleitorais pegando dinheiro do bolso
furado do contribuinte extenuado e transferir do cidadão a escolha de seu representante para a elite dirigente partidária pelo voto de lista. O resto - acabar com os suplentes no Senado e
com as votações sigilosas nos plenários do Congresso Nacional - era a perfumaria para
disfarçar o odor desagradável do oportunismo golpista sem disfarce do que só interessava de
fato ao seu Partido dos Trabalhadores (PT). Ninguém havia exigido na rua a reforma política,
mas o cinismo passou batido, de vez que a fábrica de factoides dos marqueteiros do Planalto
trouxe à baila o plebiscito, uma consulta prévia ao povo para fazer o que não salvaria um
paciente mal atendido num hospital público nem educaria uma criança no ensino público, que
continua não apenas indigente como sempre foi, mas só faz piorar.
• E em resposta às queixas contra a saúde pública Dilma propôs aumentar de seis para oito
anos a duração dos cursos de Medicina, restaurando os trabalhos forçados extintos no século
19 no Brasil por outra mulher, a princesa Isabel. A ideia absurda foi abandonada, mas o alvo,
não.
• Aproveitando-se do fato de os médicos muitas vezes não se comportarem à altura do
que deles é exigido no cumprimento do juramento que fazem repetindo as palavras de
Hipócrates, o governo transferiu para eles toda a culpa pelo péssimo atendimento,
aproveitando-se do contato direto que eles têm com os pacientes, ao contrário dos gestores
públicos, que ficam a confortável distância dos doentes.
• Nada do que ela propôs deu solução a nada. E com a queda espetacular de 28 pontos
porcentuais na preferência do voto para sua reeleição na pesquisa Datafolha em três meses (de
58% em 20 e 21 de março para 30% em 27 e 28 de junho), seus aliados se viram em
condições de aumentar o preço do próprio passe, enquanto os opositores passaram a sonhar
com o milagre da vitória em 2014. Mas em 7 e 9 de agosto o índice dela subiu cinco pontos e
os áulicos agora aguardam a nova rodada da pesquisa para decidir se continuam mamando nas
tetas oficias e permanecem em seu palanque ou lhe viram as costas em busca de perspectivas
mais alvissareiras.
• A pesquisa da Datafolha publicada no domingo foi uma ducha gelada no ânimo dos ingênuos
que acreditam que o povo seja um coletivo virtuoso de uma massa composta por ingredientes
diversos e imperfeitos de uma multidão disforme. Esta reclamou de tudo o que está ruim, mas
está longe de ter a mínima ideia do que se fazer para melhorar. Dilma é o que é e a alternativa
ao governo chinfrim não é algum opositor sem nada melhor a oferecer nem o ex-aliado
indeciso entre os sobejos do ágape governista ou o jejum do deserto sem poder.
• Ora, ora, a alternativa a Dilma é Lula, que também ganhou cinco pontinhos entre o clamor
das massas e a fria calma da ressaca atual, mas passou para 51% da preferência, ou seja,
mantém a perspectiva da vitória em primeiro turno. O ex-presidente não é candidato, mas
continua seu padrinho e basta que transfira o cacife dele – feito de que já se mostrou capaz há
três anos - para levá-la a uma inédita vitória petista no primeiro turno. E se isso não
ocorresse, ela levaria vantagem sobre todos os eventuais adversários no provável segundo
turno, conforme a pesquisa.
• Fora do palácio, Marina Silva, da Rede, é a que mais se aproxima da favorita, mas não tão
próxima assim (46% a 41%) e ainda sem condições sequer de disputar, pois não tem partido
formalizado. Outro sem partido, Joaquim Barbosa, ficou em terceiro lugar, 23 pontos abaixo de
Dilma (53% a 30%), com índice bem semelhante ao do tucano José Serra (52% a 31%), que
deixou o correligionário Aécio Neves na poeira (53% a 29%). O desempenho de Eduardo
Campos (55% a 23%) indica que o melhor que ele tem a fazer é esperar 2018.
• Tudo ficou como dantes no cartel de Abrantes, o que não surpreende quem aprendeu com o
Barão de Itararé que de onde nada se espera é de onde nada virá. Tendo perdido uma eleição
municipal para o neófito Fernando Haddad, Serra nada acrescentou ao que já se sabe: ele quer
ser presidente, mas não convence eleitores suficientes de que merece seu voto. Em vez disso,
protagoniza o escândalo de um eventual cartel para licitações no Metrô e em trens suburbanos,
que permitiu aos adversários um neologismo cruel (o trensalão) e uma dúvida nunca
esclarecida de que tucanos e petistas seriam farinha do mesmo saco. E a presidência nacional
do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de nada serviu para o senador Aécio Neves
provar que é melhor do que Dilma.
• As ruas calaram por falta do que propor e a sucessão não saiu da mesmice pela falta de
quem proponha algo melhor. (José Nêumanne. Jornalista, poeta e escritor)
Notícias brasileiras
• Revolta árabe: Síria deixará ONU entrar em local de suposto ataque químico. Equipes vão
inspecionar região. ONG confirma a morte de 355 sírios com sintomas neurotóxicos.
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