25 de ago. de 2013

Brasil atônito na mordaça da corrupção

Brasileiro sabe pouco de reforma política, aponta Ibope

"...O Brasil acha a reforma política importante, mas sabe muito pouco sobre ela. Pesquisa Ibope/Estado mostra que dois em cada três brasileiros ouviram falar pela primeira vez do assunto ao serem interpelados pelo pesquisador - ou nem sequer conseguiram responder à questão - e menos de 1 em 10 entrevistados diz saber bem do que se trata. Apenas 36% disseram ter conhecimento de que se discute a reforma política. Saber que o debate existe não significa estar por dentro do seu conteúdo. Tanto que só 7% dos entrevistados se declararam bem informados sobre a reforma política. Outros 34% disseram ao Ibope estar pouco informados, e a maioria absoluta disse estar nada informado (52%) ou nem sequer soube responder (7%)..." 
(Agência Estado) 

• Presidente da Fifa critica Dilma e expõe mal-estar com governo brasileiro. Joseph Blatter não gostou de a presidente ter desistido de ir à final da Copa das Confederações. 

• O escândalo do propinoduto tucano, alimentado pelas empresas Siemens e Alstom, se aproxima perigosamente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; já se sabia que parte dos recursos foi arrecadada por Andrea Matarazzo para o caixa dois da campanha presidencial de 1998; agora, com a revelação pela revista Istoé da conta "Marília", mais um detalhe: ela foi aberta no banco de Edmundo Safdié, que vendeu um apartamento de 450 metros quadrados no bairro de Higienópolis por apenas R$ 1,1 milhão ao ex-presidente.

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• Conselhos Regionais de Medicina afirmam que negarão registro a médicos estrangeiros. 

• Médicos portugueses, espanhóis, argentinos e cubanos, entre outras nacionalidades, começaram a desembarcar no país. Em tom de ameaça, representantes regionais da classe médica rotularam ontem de ilegal a atuação destes profissionais no Brasil por meio do programa Mais Médicos e prometeram acionar a polícia quando eles começarem a trabalhar no país. 

• Presidentes de CRMs também chamaram o programa de afronta e disseram que eventuais erros cometidos por médicos estrangeiros não serão corrigidos por brasileiros. 

• A chegada de médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior está prevista para vagas não preenchidas por brasileiros - a primeira etapa de seleção atendeu só 10,5% das vagas. A principal crítica da classe médica é a dispensa aos estrangeiros do Revalida, exame de revalidação dos diplomas obtidos no exterior. No Mais Médicos, o governo instituiu uma avaliação de três semanas, a ser feita no país. 

Não vamos dar registro para médico estrangeiro só porque a Dilma, o [ministro da Saúde, Alexandre] Padilha e o [da Educação, Aloizio] Mercadante, a tríade do mal no Brasil, estão mandando, diz o presidente CRM do Maranhão, Abdon Murad Neto. 

É lei [o Revalida]. Não importa se o médico veio no colo do ministro ou da Dilma. É exercício ilegal da profissão, e isso é caso de polícia, afirma o presidente do CRM do Paraná, Alexandre Bley. Não vamos dar o registro, e eles, se quiserem, que vão à Justiça, diz o presidente da seção paulista, Renato Azevedo Júnior. 

• Segundo o Ministério da Saúde, os conselhos não podem se negar a conceder o registro provisório aos estrangeiros, previsto na MP do Mais Médicos, a não ser que a Justiça dê uma liminar. 

• Até agora, segundo a pasta, todas as ações tiveram resultado favorável ao governo. 

• Ao acionarem a PF ou a Polícia Civil, os CRMs buscam registros oficiais da atuação de estrangeiros para que possam usá-los na abertura de uma ação na Justiça. 

• Até a decisão final, que poderá chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal), os médicos estrangeiros poderão trabalhar normalmente no Brasil, mesmo sem o Revalida.O Conselho Federal de Medicina disse que não deu orientação para que as seções regionais chamem a polícia. 

• A importação de 4.000 cubanos é questionada pelo Ministério Público do Trabalho - por questões trabalhistas. Os profissionais de Cuba terão condições diferentes das dos demais estrangeiros - a bolsa de R$ 10 mil mensais não será repassada aos médicos, mas ao governo de Cuba, que fará a distribuição. Fonte: Conselho Regional de Medicina do Paraná.


• Após viver mais de 1 ano em embaixada, Roger Pinto chegou a Brasília hoje, mas não tinha saída da Bolívia autorizada. Senador boliviano não avisou Brasil que entraria no país, diz Itamaraty. Bolívia diz que opositor fugiu do país. Itamaraty vai investigar entrada de senador boliviano no Brasil. 

• De volta ao passado: Tráfico no Rio volta a dominar seis áreas do Complexo do Alemão pacificado. 

• Batina justa: Bispos do Estado do Rio deram uma bronca nos senadores e deputados federais católicos fluminenses. Enviaram para eles carta em que criticam a suposta omissão de todos na tramitação do projeto que prevê atendimento a mulheres vítimas de violência sexual. Aprovado pelo Congresso e sancionado por Dilma Rousseff, o PLC nº 3/2013 - que virou lei - prevê a profilaxia da gravidez, o que, para os religiosos, facilita o aborto. Na carta, os bispos dizem que gostariam de ter ouvido, mais nitidamente, as vozes dos parlamentares. (ODia) 

Tudo como dantes no cartel de Abrantes 

(revalidado ante a inércia popular)

• As ruas calaram por falta do que propor e a sucessão está na mesma por falta de algo melhor. 

• Em junho, as multidões saíram às ruas para reclamar de tudo o que está aí - a inflação que corrói o valor da moeda com que é pago o salário do trabalhador, a corrupção desenfreada, a péssima gestão pública (principalmente na saúde, na educação e na segurança pública, mas não apenas nesses setores) e outras mazelas institucionais. Eram todos contra tudo. Em julho, milhões foram à Praia de Copacabana se encantar com o papa humilde que carrega a própria maleta de mão, é favorável aos humildes e tolerante com os casais divorciados e os homossexuais. Agosto entrou com Francisco no Vaticano e os brasileiros em casa, deixando ao papa o que é do papa e aos políticos o que dos políticos é. Entre mortos e feridos salvaram-se quase todos. 

• De início, os políticos assustaram-se. A presidente Dilma Rousseff, de estilo bruto, embora oscilante, choramingou em particular e despejou ideias em público para atender ao clamor das massas. Nada do que ela propôs pegou. Tentou dar o golpe da Constituinte exclusiva para a reforma política para consolidar na Constituição ações para fazer o próprio partido crescer e prosperar: cobrar as contas pesadas das campanhas eleitorais pegando dinheiro do bolso furado do contribuinte extenuado e transferir do cidadão a escolha de seu representante para a elite dirigente partidária pelo voto de lista. O resto - acabar com os suplentes no Senado e com as votações sigilosas nos plenários do Congresso Nacional - era a perfumaria para disfarçar o odor desagradável do oportunismo golpista sem disfarce do que só interessava de fato ao seu Partido dos Trabalhadores (PT). Ninguém havia exigido na rua a reforma política, mas o cinismo passou batido, de vez que a fábrica de factoides dos marqueteiros do Planalto trouxe à baila o plebiscito, uma consulta prévia ao povo para fazer o que não salvaria um paciente mal atendido num hospital público nem educaria uma criança no ensino público, que continua não apenas indigente como sempre foi, mas só faz piorar. 

• E em resposta às queixas contra a saúde pública Dilma propôs aumentar de seis para oito anos a duração dos cursos de Medicina, restaurando os trabalhos forçados extintos no século 19 no Brasil por outra mulher, a princesa Isabel. A ideia absurda foi abandonada, mas o alvo, não. 

• Aproveitando-se do fato de os médicos muitas vezes não se comportarem à altura do que deles é exigido no cumprimento do juramento que fazem repetindo as palavras de Hipócrates, o governo transferiu para eles toda a culpa pelo péssimo atendimento, aproveitando-se do contato direto que eles têm com os pacientes, ao contrário dos gestores públicos, que ficam a confortável distância dos doentes. 

• Nada do que ela propôs deu solução a nada. E com a queda espetacular de 28 pontos porcentuais na preferência do voto para sua reeleição na pesquisa Datafolha em três meses (de 58% em 20 e 21 de março para 30% em 27 e 28 de junho), seus aliados se viram em condições de aumentar o preço do próprio passe, enquanto os opositores passaram a sonhar com o milagre da vitória em 2014. Mas em 7 e 9 de agosto o índice dela subiu cinco pontos e os áulicos agora aguardam a nova rodada da pesquisa para decidir se continuam mamando nas tetas oficias e permanecem em seu palanque ou lhe viram as costas em busca de perspectivas mais alvissareiras. 

• A pesquisa da Datafolha publicada no domingo foi uma ducha gelada no ânimo dos ingênuos que acreditam que o povo seja um coletivo virtuoso de uma massa composta por ingredientes diversos e imperfeitos de uma multidão disforme. Esta reclamou de tudo o que está ruim, mas está longe de ter a mínima ideia do que se fazer para melhorar. Dilma é o que é e a alternativa ao governo chinfrim não é algum opositor sem nada melhor a oferecer nem o ex-aliado indeciso entre os sobejos do ágape governista ou o jejum do deserto sem poder. 

• Ora, ora, a alternativa a Dilma é Lula, que também ganhou cinco pontinhos entre o clamor das massas e a fria calma da ressaca atual, mas passou para 51% da preferência, ou seja, mantém a perspectiva da vitória em primeiro turno. O ex-presidente não é candidato, mas continua seu padrinho e basta que transfira o cacife dele – feito de que já se mostrou capaz há três anos - para levá-la a uma inédita vitória petista no primeiro turno. E se isso não ocorresse, ela levaria vantagem sobre todos os eventuais adversários no provável segundo turno, conforme a pesquisa. 

• Fora do palácio, Marina Silva, da Rede, é a que mais se aproxima da favorita, mas não tão próxima assim (46% a 41%) e ainda sem condições sequer de disputar, pois não tem partido formalizado. Outro sem partido, Joaquim Barbosa, ficou em terceiro lugar, 23 pontos abaixo de Dilma (53% a 30%), com índice bem semelhante ao do tucano José Serra (52% a 31%), que deixou o correligionário Aécio Neves na poeira (53% a 29%). O desempenho de Eduardo Campos (55% a 23%) indica que o melhor que ele tem a fazer é esperar 2018. 

• Tudo ficou como dantes no cartel de Abrantes, o que não surpreende quem aprendeu com o Barão de Itararé que de onde nada se espera é de onde nada virá. Tendo perdido uma eleição municipal para o neófito Fernando Haddad, Serra nada acrescentou ao que já se sabe: ele quer ser presidente, mas não convence eleitores suficientes de que merece seu voto. Em vez disso, protagoniza o escândalo de um eventual cartel para licitações no Metrô e em trens suburbanos, que permitiu aos adversários um neologismo cruel (o trensalão) e uma dúvida nunca esclarecida de que tucanos e petistas seriam farinha do mesmo saco. E a presidência nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de nada serviu para o senador Aécio Neves provar que é melhor do que Dilma. 

• As ruas calaram por falta do que propor e a sucessão não saiu da mesmice pela falta de quem proponha algo melhor. (José Nêumanne. Jornalista, poeta e escritor)

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• Revolta árabe: Síria deixará ONU entrar em local de suposto ataque químico. Equipes vão inspecionar região. ONG confirma a morte de 355 sírios com sintomas neurotóxicos.

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