1 de set. de 2012

Freud e a tirania

Photobucket• Você sabia que Tirano era um título de governante, assim como rei, presidente, primeiro-ministro e outros, não era nenhum xingamento? Isso se deu há muitos tempos, mas nem tanto assim. Pense que a democracia é tão jovem quanto 2.400 anos, tendo nascido em Atenas, Grécia, uma pequena cidade-estado.
• A liderança de um povoamento (geralmente uma cidade muito pequena) era imposta pela força, e o chefe, ou Tirano, era adorado como um grande pai, havia histórias míticas sobre ele, sobre sua origem humilde, e de como ele vencera vicissitudes, fome e perigos para chegar até onde chegara, não sem antes destruir o tirano anterior, que era considerado por ele e por sua propaganda, um verdadeiro tirano, uma peste a ser destruída.
• Esta figura paternal que reinava sobre um povo infantilizado surgiu bem antes da necessidade de haver um Estado constituído, quando a domesticação dos animais e dos alimentos permitiu que pessoas desconhecidas morassem juntas sem se matar. A violência foi monopolizada pelo Estado, a justiça cabia ao Tirano (Salomão foi um deles, e até hoje se fala na justiça salomônica), ninguém podia mais fazer justiça com as próprias mãos. As tribos já eram governadas pelo tirano sábio e/ou guerreiro.
• Mas o que Freud tem a ver com isso? É que, mesmo derrubado por um câncer de maxilar que o devastava por mais de onze anos, mesmo fugindo da Áustria para salvar sua vida do nazismo de Hitler que o ameaçava (ou talvez por esta razão), Freud fez questão de terminar um dos seus artigos especulativos, Moisés e o monoteísmo, em seu último ano de vida, em Londres.
• É curioso, mesmo nunca tendo apreciado esse particular grupo de artigos de Freud, pois não os considerava escritos com espírito científico, tive minha atenção chamada para esse por causa de um livro notável: A morte de Freud, de Mark Edmundson, em que ele mostra que a natureza humana tem uma atração fatal pelos tiranos, que olha para eles como semideuses, pais, que se compraz em adorá-los desde a condição de filhos sem responsabilidade pelas decisões que tomam.
• Moisés, que teria sido o artífice segundo do deus único (possivelmente um seguidor do egípcio Akenaton, que foi o primeiro), deixando Iavé como superior às outras divindades hebraicas (entre elas o célebre bezerro de ouro), e como modelo celeste do poder único terrestre.
• Era a revolta do velho professor contra os tiranos que à sua época proliferavam (Hitler, Mussolini, Stalin entre outros). Sua mensagem era clara: Cuidado com a natureza humana, que ela nos leva a sermos ovelhas lideradas pelo pastor heróico. Não à toa, Churchill havia dito que a democracia era o pior dos regimes, com exceção feita a todos os outros.
• Pensar nisto é especialmente relevante na América Latina, onde tiranos e candidatos a tiranos têm proliferado. Uns são pais dos pobres. A outra foi eleita porque era mãe do PAC (um filho que não cresce nunca, coitado), outro saiu da pobreza e vence o câncer, um terceiro parece estar por ele sendo vencido, e por aí vai. Cuidado, disse Freud antes de morrer. (Francisco Daudt, psicanalista)
 
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