• Quem observou foi a nossa Anna Maria Ribeiro, que vem acompanhando minuto a minuto
o julgamento do mensalão com uma paciência e determinação que – decididamente - me
faltam. Depois do mequetrefe Anna Maria teve a paciência de relacionar todos os
adjetivos com que os advogados da defesa procuraram qualificar seus clientes,
transformando-os em completos imbecis (eles não usaram esse termo, eu uso) numa
estratégia que busca reafirmar a tese dos companheiros de que o mensalão é uma obra
de ficção ou no máximo um comportamento imoral, mas não ilegal.
• Assim ficamos sabendo que os réus foram rotulados como: despreparado, submisso,
fraco, bobo, ingênuo, pobre coitada, ignorante, incapaz para o cargo que ocupa;
uma verdadeira coleção de débeis mentais que, pelo visto, não têm condições de responder
por crimes que cometeram devido ao fato de terem a idade mental de crianças pequenas e
não muito inteligentes.
• O único que escapou foi o doutor honoris causa que não figura no processo, apontado,
com justa razão, pelo defensor de Roberto Jefferson como mandante e avalista político do
mensalão. Disse o advogado que o Molusco é safo (talvez safado fosse mais adequado)
e não seria um pateta incapaz de perceber o que era urdido a alguns metros de sua sala
por seus auxiliares mais diretos.
• Concordo plenamente. De pateta Lula não tem nada, mas abunda em safadeza (safo
em excesso). Há, porém, um problema: De fato Luiz Inácio não é nem de longe um
pateta que - para quem leu o Mickey – é aquele cachorro bobão, ingênuo e boa praça,
grande amigo do rato dos quadrinhos. Lula está mais para outro personagem canino do
mesmo Disney, João Bafo de Onça, safo, imoral e nada pateta.
• Mas há uma contradição incontornável na defesa de Jefferson. Segundo conta até hoje,
foi ele que denunciou o mensalão ao presidente e sustenta que Lula teria ficado chocado
quando o deputado (que recebeu R$ 4 milhões do esquema) lhe revelou o que se tramava
no gabinete do todo poderoso Zé Dirceu.
• Segundo relato de Jefferson, Lula teria até chorado... Na ocasião o Molusco falou em
traição e facada nas costas. Agora ficamos sabendo que o presidente sabia de tudo por
não ser um pateta. Onde está a verdade? Se a história que Jefferson conta (lágrimas,
etc.) somada à que seu advogado sustenta, estamos diante de um ator que mereceria o
prêmio Molière de teatro, ou talvez o tão desejado Oscar da academia (existe Oscar
honoris causa?). Pois se juntarmos as duas histórias veremos que o não pateta” fez cara
de indignado e chorou ao tomar conhecimento daquilo que - a dar crédito ao advogado e
ao senso comum - já estava cansado não só de saber, mas de comandar.
• Como explicar isso? (Fritz Utzeri )
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