6 de nov. de 2011

Um poema


Cintilantes e sucintas as sombras a soprar
decaem
Como alvo de quebra, um ponto de luz que trata de travar uma guerra
Entre a chama negra que, de súbito, translúcida se transforma
E o aguado ambiente de angústia luminosa a amolecer minh'alma
Exausta e levemente adormecida pela terra

Tombando num vai e vem de ventosas desvanecentes
Volto a pensar nas virtuosas cenas da vida
Ainda embaralhadas pelo choque palpitante das palavras fortes
Deixadas ao vento como que ao jogar pétalas harmonicamente
Ao já preparado leito de rosas ligeiras

Volto então a refletir sobre as novas experiências
Ainda carregadas de cinzas a soerguer
Saturando a mente e impedindo, impedindo
As novas experiências por mais jubilosas que podem ser

Safo, podes tu curar a rachadura aberta a cada badalada do relógio?
Teus encantos a catalisar como catapulta
[podem]
Podem eles curar a rachadura aberta a cada badalada do relógio?

Me entrego então aos teus anseios
Deixando de lado o gauche, deixando
Como trem a partir sem lenço a acenar
Numa cena superada por uma força absurda
Ruidosamente rasgada por um rastro do novo
Do que está por vir

Agere non loqui!
(Wu Valle)

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