23 de set. de 2011

Velejando em utopias

Tolerância 500
• O ser humano é avesso às mudanças rápidas. Só se conforma com elas quando são provocadas por ocorrências naturais (enchentes, vulcões, furacões e assemelhados) que alteram radicalmente o cotidiano dos afetados.
• Quando elas são criadas por atos administrativos (mesmo bem intencionados) que pretendem atender anseios de mais de 90% da população, acontece uma primeira fase de reclamações até que percebamos que de fato a medida poderá ser benéfica se ocorrerem aceitação e colaboração de quase todos. Os desajustados sempre serão contra. Mas normalmente as mudanças atendem aos grupos que patrocinam campanhas eleitorais. Como são camufladas por vantagens (paliativas) voláteis, a grande camada sem percepção as aceita e as incorpora ao pacote de prejuízos sociais.
• Entre os latinos, provavelmente o brasileiro é o mais resistente às mudanças, apesar de estar sempre resmungando que alguma coisa tem que mudar quando em raros momentos de lucidez percebe que está sendo embrulhado pelos seus dirigentes (de qualquer esfera).
• A luta para combater a acomodação tem de ser parecida com a longa batalha para manter o peso: diária.
• Quem se exercita por 60 minutos diários, se deixar de fazê-lo por 3 dias, será alertado pela balança (ou pelo cinto) que seu peso aumentou. Isto lhe obrigará a um sacrifício na próxima semana ingerindo menos comida e aumentando os movimentos que efetivamente torrem as calorias excedentes.
• No caso da manutenção de nossa cidadania, estamos parados muito além de 3 dias. Mais do que três décadas. Ou três séculos. E os dirigentes inescrupulosos já perceberam esta atitude passiva que nos anestesia e se prolifera através de nossos gens, alterando o DNA que passa tal herança à geração seguinte. Ela se manifesta externamente através das seculares frases de descomprometimento:
- Deixa assim para ver como é que fica (quem deixa, concorda);
- Vamos torcer para melhorar” (se o agricultor apenas torce sem lavrar, nada nasce);
Um dia vai melhorar se Deus quiser (largar na mão de outros é fugir da responsabilidade).
• Infelizmente nosso povo foi doutrinado a aceitar um cenário de baixa qualidade apesar de pagar um dos mais altos impostos do mundo. São centenas de procedimentos inocentes que praticados regularmente, nos doutrina a nos portarmos como mero rebanho sem livre arbítrio. Vamos conferir o que aceitamos em troca dos valores que nos extorquem. Porque não vale a pena nos aborrecermos. Entendeu? Nem eu.
Dentro do condomínio aceitamos:
- cães transitando pela ala social.
- lâmpadas de emergência que ficam acesas durante o dia.
- lâmpadas de emergência que não funcionam quando falta energia.
- luzes de presença que demoram acender.
- elevadores que enguiçam semanalmente.
- portões que são deixados abertos pelos moradores.
- jardins abandonados.
- festas com som acima dos decibéis tolerados.
- carros estacionados fora das vagas.
- carrinho de compras estacionado dentro das unidades ou usado em obras.
Dentro da cidade toleramos:
- ruas esburacadas, sem iluminação adequada, sem sinalização, sem limpeza.
- bueiros entupidos.
- carros sobre calçadas.
- caminhões descarregando na hora do rush.
- semáforos com defeito por mais de meio dia.
- serviços públicos ineficientes.
- viaturas oficiais infringindo regras.
- serviços particulares caros com péssimo atendimento (filas nos bancos acima de 15 minutos, entregas que atrasam 2 ou 3 dias, filas nos mercados, transportes coletivos deficientes, SACs telefônicos que demoram 10 minutos até cair a ligação ).
- escolas deficientes (administração, estrutura, material, pessoal, currículo inadequado).
- escolas que não entoam hinos cívicos.
- passar 4 horas dentro do transporte público desconfortável.
- tráfico de drogas à luz do dia.
- hospitais piores que as escolas, com a agravante que em muitos casos matam.
- falta de policiamento constante (só acontece por uma semana depois de alguma ocorrência que mereça destaque na imprensa).
Dentro do país toleramos:
- dirigentes (executivo, legislativo, judiciário) corruptos.
- Leis que só se aplicam aos PPPs.
- mídia conivente.
- programas de TV sem conteúdo educativo no horário destinado às crianças.
- reeleição dos meliantes.
- urnas eletrônicas (nem o Paraguai as usa).
- obras pelo triplo do preço (sabemos para onde vai a diferença).
- disparidades salariais entre os que trabalham e os que nos furtam usando a pena.
• Escândalos onde não prendem os autores nem se recupera o montante desviado.
• E por que tudo isto ocorre? Simples e claro como um copo de café.
• Os dirigentes públicos, sabedores que o povo desprovido de compreensão se distrai facilmente com escolas de samba, futebol, shows, novelas, games explosivos, BBB e eventos de mesmo quilate, os incentiva de forma que a população os tenha em abundância em revezamento ao longo do ano.
• As poucas energias que nos restam para ficarmos indignados são canalizadas para manifestações pelas liberdades sexuais, uso de drogas, prática de centenas de cultos religiosos que enriquecem os condutores dos rebanhos, direitos dos presidiários que chacinam crianças e velhos, uso de transportes irregulares e correlatos.
• Imaginar que a população consiga reunir mais de 1.000 pessoas por cidade para registrar seu descontentamento com os rumos de nossas vidas é um sonho. No entanto, como todo projeto nasce de um sonho, existe a esperança que um dia ocorra um evento que se torne o marco zero na liberdade de nossas almas em busca de algo que nos traga orgulho de viver neste país.
• Ou podemos tolerar este estado de colônia por mais 500 anos?
(*) R$ 30 BI (aviões) + R$ 20 BI (FMI) + R$ 20 BI (olimpiada) = zero (educação, saude, habitação, transporte, segurança).
(*) = Valores sujeitos à triplicação.
• Nossa sociedade é um colosso. Sobrevive no fundo do poço. (Haroldo P. Barboza)

Na Índia são ensinadas as Quatro Leis de Espiritualidade
A pessoa que vem é a pessoa certa. - Significando que ninguém entra em nossas vidas por acaso, com todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, há algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.
O que aconteceu? - A única coisa que poderia ter acontecido! Nada, nada, absolutamente nada que nos acontece em nossas vidas poderiam ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum se eu tivesse feito tal coisa.., aconteceu que um outro... Não! O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, para nós aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas.
Toda vez que você iniciar, é o momento certo. - Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem. Vão acontecer na hora e momento certo. Comece sem medo e seja Feliz.
Quando algo termina, termina. - Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução, por isso é melhor sair, ir em frente enriquecendo-se com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo esse texto, se veio à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado!
Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites da nossa esfera corpórea. (Allan Kardec)

Clique nas personalidades que não conhece
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