19 de ago. de 2010

Aposentados e Petrobrás

Petroleiros denunciam tortura psicológica contra aposentados ao Ministério Público
Federal

O Sindicato dos Petroleiros do Rio encaminhou ao Ministério Público Federal, carta denunciando tortura psicológica e assédio moral aos trabalhadores da terceira idade, praticados pela Petrobrás. Cópias do documento, intitulado Corrente de Justiça, também foram entregues à CNBB, à Ordem dos Advogados do Brasil, à Organização Internacional do Trabalho e às comissões de direitos humanos da Câmara de Deputados e do Senado. A seguir, a íntegra do documento.
Corrente de Justiça
A direção do Sindipetro-RJ denuncia que a direção da Petrobrás está torturando psicologicamente e assediando trabalhadores da terceira idade, principalmente os aposentados, homens e mulheres que dedicaram os melhores anos de suas vidas para construir a empresa.
Os aposentados têm um contrato com a Petros, oneroso, que pagaram durante a vida ativa na companhia e continuam a pagar na aposentadoria. Esse contrato garante proventos no valor de 90% do que receberiam se estivessem na ativa.
Mas a direção da Petrobrás, desde o governo FHC, criou as chamadas remunerações variáveis e, através desses artifícios, que os trabalhadores chamam de fraudes salariais, lesam o direito dos aposentados.
A coisa é tão vergonhosa que a Petrobrás não cumpre o contrato com a maioria dos inativos, mas trata aposentados que retornam a empresa, para ocupar cargos de confiança (diretoria ou gerência), de forma diferenciada, com remuneração plena, PLR e plano de saúde 100% pago pela empresa.
Com a chegada do governo Lula, os trabalhadores acreditavam que essa política de RH acabaria. Ledo engano. No afã de maltratar os antigos funcionários, nem decisão do Supremo Tribunal Federal a direção da Petrobrás respeita. O STF decidiu que aposentadoria não extingue contrato de trabalho.
Com essa decisão, os antigos funcionários poderiam se aposentar e continuar trabalhando, o que já é uma realidade em empresas privadas, públicas e outras estatais.
Mas a direção da Petrobrás, em total desrespeito à lei, pune os funcionários que aderem a decisão do STF. Por exemplo: em caso de afastamento por doença, depois de 15 dias o afastado perde o direito à Assistência Médica Supletiva (AMS) e ao complemento salarial, pago através da Petros. Recentemente, agora em agosto, o Sindipetro-RJ precisou ir à Justiça para, através de liminar, garantir o direito à AMS para a petroleira Maria Lúcia Vieira, internada em estado de coma.
Por isso criamos a Corrente de Justiça, um movimento formado por petroleiros aposentados e da ativa. Por isso continuaremos acorrentados nas grades da sede da Petrobras, na Avenida Chile, no Rio, por tempo indeterminado.
Nosso protesto é, sobretudo, contra o desrespeito e o terrorismo praticados contra aqueles que ajudaram a transformar a Petrobrás na grande empresa que é. (Texto e foto APN)

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