15 de jun. de 2010

Espiritualidade e a Flor de Lótus

A reencarnação, como sabemos, tem o objetivo de nos impulsionar evolutivamente pelas vitórias, senão pelos esforços, perante os desafios do plano mais denso. Em nosso atual caso, os espíritos encarnados sobre o planeta Terra.
A inteligência suprema que governa toda a sistemática evolutiva do Universo infalivelmente nos apronta uma peça por cima da outra. Toda esta diversidade de soluções, personagens envolvidos, cenários, tudo, simplesmente tudo, vibra para nos colocar frente a frente com o maior dos nossos obstáculos: nosso jeito de criar.
Crianças espirituais são assim, desatentas, desastradas, tomando conhecimento dos "perigos" depois de algumas quedas, ferindo-se e ferindo, mas sempre sob a gloriosa regência do Amor. Por isto, apesar de nossa performance essencialmente desafinada nesta fase não devemos nos sentir menores nem piores, mas sim, crianças.
A sabedoria cósmica oferece à Terra a passagem de vários Mestres Peregrinos que deixam suas pegadas luminosas para auxiliar em nossa jornada espiritual sob a condição humana.
Dentre estas luzes há uma lição especial que nos trás a seguinte mensagem: "conhece-se o autor pelas suas obras".
Estamos envolvidos em nossas reencarnações por todas as circunstâncias que apontam o nosso antigo jeito de criar, serviço do ser.
Estamos criaturas do que Somos.
Equivale dizer que se todo o conjunto de circunstâncias envolvidas em nossa reencarnação fosse uma escultura, poderíamos afirmar que ela foi esculpida moralmente no passado de nossa própria criação.
O personagem que nos abriga hoje é um auto-retrato segundo nossa criação, com todo o roteiro divinamente adaptado a crescermos!
Mais que isto, nossos pensamentos e comportamentos atuais esculpem a criatura reencarnatória do futuro.
Mas há tantos procurando colo!
Há tantas lágrimas sufocadas de angústia!
Por que tanta insatisfação em você, criador de sua realidade?
Por que rejeitas tua própria obra?
Há coisa mais triste do que abandonar-se na imagem de sua criatura?
Por onde anda você, criador de si?
Repare que tua tristeza é o choro da criança que clama por mudança!
E que esta mudança soluça dentro do teu peito, e é ação que tem nome: espiritualizar-se? conectar-se à sua verdade.
É um momento mágico, especial, na vida de cada um de nós quando interiormente dizemos: basta!
Muito provavelmente foram muitas as vezes que esta oportunidade foi oferecida pelo Universo Amoroso, e a deixamos escapar, sufocados pelo eu.
Mas mesmo assim talvez você tenha ensaiado algo tão sublime que possa ter experimentado uma sensação encantadora diferente da solidão, da culpa, do vítimismo ? O nós.
Por isto, sempre que puder recorra aos Mestres Peregrinos que não cansam de nos indicar o "caminho das pedras" e busquem-se em seus ensinos, suas façanhas, suas criações.
Movido por este sentimento ofereço, sob a vibração do nós, razão deste artigo, uma poesia de um destes Grandes Mestres que diz muito ao coração e que sinto descrever um de seus reencontros mais belos, seu momento mágico e iluminado. Respire profundamente e leia com o coração. Repare na beleza de sua sinceridade e na simplicidade de sua verdade.
Sou feliz e grato por sua companhia, Mestre Rabindranath Tagore!
Flor de Lótus
No dia em que a flor de lótus desabrochou a minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
de um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.
(Marcos Nobre)
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