- Ao discursar na abertura de conferência Brasil-África sobre combate à fome, nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que seu governo fez "milagres". Citou o resultado de políticas sociais como o Fome Zero e o Bolsa Família, que, segundo ele, foram criticados por adversários, mas distribuíram renda e alçaram as classes D e E a consumidoras.
- "A capacidade de consumo dos pobres fez a economia brasileira resistir à crise dos países ricos. Esse é um dos milagres que aconteceram nesse país", disse, citando ainda o controle da inflação e o aumento do poder de compra do salário-mínimo. Lula reclamou das críticas que sofreu "da elite brasileira" ao lançar o Fome Zero e, posteriormente, o Bolsa Família.
- "Diziam que dar dinheiro a pobre era proselitismo, compra de votos, todos os adjetivos que vocês podem imaginar. Diziam que se desse R$ 100 para o pobre ele não iria mais trabalhar, iria virar vagabundo", disse a uma plateia de ministros da Agricultura do continente africano.
- O presidente criticou ainda candidatos que se aproximam dos pobres nas eleições, ganham seus votos mas, depois de eleitos, governam para ricos. "Em campanha eleitoral, todo mundo defende o pobre, até o rico. O problema é que na hora de governar, o pobre sai da agenda e o rico fica na agenda. São eles [ricos] que escolhem ministros, assessores e até as políticas que você tem que fazer", afirmou.
- Lula disse que para mudar essa realidade, é preciso que os orçamentos priorizem o combate à fome e à pobreza. Segundo ele, os pobres não conseguem se articular em categorias para pressionar os políticos e acabam não tendo acesso a quase nada.
- "O Orçamento é feito para as pessoas que estão organizadas e fazem pressão (…) Quem não tem sindicato, quem não faz passeata, não tem direito de protestar (…) Se a gente esperar sobrar dinheiro [para os pobres] no Orçamento nunca vai sobrar porque quem tem acesso ao orçamento são gananciosos e não sobra nada para os pobres", afirmou.
- Lula disse que quem tem fome não vira "revolucionário", mas subserviente e humilhado.
Comentário do blogueiro
Lula foi condecorado hoje, durante a conferência sobre segurança alimentar, combate à fome e desenvolvimento rural, o "Campeão Mundial na Luta Contra a Fome". A distinção foi concedida pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas. Muito bem. Poderia estar satisfeito por tudo o que fez. Mas não está. Se ele não assaltar a biografia alheia, não basta. - Lula não reconhece os esforços alheios, não reconhece a mobilização da sociedade, não reconhece nada que esteja fora do seu controle e do controle do seu partido. Digam-me uma única força política que tenha atacado o Bolsa Família. Não houve! Também faz história vagabunda. O programa Fome Zero foi para o lixo com menos de um ano de uso. Em seu lugar, entrou o Bolsa Família, o que significou a retomada dos programas instituídos no governo FHC.
- O mérito do governo Lula? Foi grande, sim: estendeu o atendimento de 5 milhões de famílias para 11 milhões.
- Quem é que dizia que programas de transferência de renda eram proselitismo e compravam a consciência dos eleitores, impedindo-os de votar ideologicamente? Voltemos ao vídeo que abre este post. Temos Lula em dois momentos: no ano passado e no já longínquo 2000, na pré-campanha de 2002, quando seria eleito presidente da República. Segundo aquele pensador, "o alto grau de empobrecimento do Brasil" fazia com que a pessoa escolhessem um candidato "pelo estômago, não pela cabeça".
- Foi justamente em 2000 que se criou o Bolsa Escola; no ano seguinte, vieram o Bolsa Alimentação e o Auxílio-Gás. Lula tomou como seus todos esses programas e os reuniu no Bolsa Família. O PT, saibam, classificava o Bolsa Escola de assistencialista, tanto que a então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, negava-se a implementá-lo em São Paulo. Só deu início ao processo sob pressão.
- Lula é, sem dúvida, um "case" para os especialistas em política. Mas certamente merece uma abordagem também psicanalítica. Ele acusa os adversários de fazer rigorosamente o que ele faz. Em 2000, era ele, então, o perfeito "imbecil" que ele viria a acusar em 2009 e a "elite" (no seu caso, sindical) que ele censura em 2010.
- Parece piada, mas é assim. (Do blog do Reinaldo Azevedo)
10 de mai. de 2010
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